
O Ministério do Esporte, por meio da Secretaria Nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte (SNAEDE), divulgou os resultados da consulta pública realizada entre 17 de fevereiro e 5 de março de 2025, que avaliou a inclusão das modalidades de eSports nas apostas de quota fixa no Brasil. A pesquisa, realizada na plataforma Participa + Brasil, contou com a participação de especialistas, membros da sociedade civil e interessados no tema.
Apoio massivo à inclusão de eSports não reconhecidos pelo COI
Dos participantes, 89,23% manifestaram-se favoráveis à inclusão de modalidades de eSports que ainda não são reconhecidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) na lista das modalidades autorizadas para apostas de quota fixa. Apenas 10,76% foram contrários à proposta. Essa posição reforça o interesse crescente pelo setor de esportes eletrônicos no país, mesmo diante da ausência de reconhecimento oficial olímpico para algumas modalidades.
Modalidades mais populares no Brasil
A consulta também indicou quais são os eSports mais populares entre os brasileiros, com destaque para:
- Counter Strike (90,7%)
- League of Legends – LoL (87%)
- Valorant (69,2%)
- Free Fire (55,3%)
- FIFA (52,3%)
- Dota (43,07%)
- Fortnite (43,07%)
- E-Football (38,4%)
Outras modalidades mencionadas incluem Rainbow Six, PUBG, Mobile Legends, Call of Duty, Rocket League, Crossfire, E-Basketball, Galgos e Honor of Kings.
Critérios para inclusão de novas modalidades
Os participantes também indicaram os critérios que consideram essenciais para autorizar a inclusão de novas modalidades de eSports nas apostas de quota fixa:
- Popularidade da modalidade (67,69%)
- Existência de regulamentação (60%)
- Presença de campeonatos mundiais (56%)
- Reconhecimento por entidades oficiais nacionais/internacionais (33,84%)
- Organização de torneios pela desenvolvedora do jogo (29,23%)
- Reconhecimento pelo COI (21,53%)
Além dos jogos tradicionais, cresce a preocupação com mecanismos dentro dos games, como as loot boxes — caixas virtuais que oferecem recompensas aleatórias mediante pagamento. Embora não sejam apostas formais, essas microtransações têm sido alvo de debates globais devido à sua semelhança com jogos de azar e ao potencial de estimular comportamentos compulsivos, especialmente entre jovens.
Essa polêmica reforça a importância de regulamentações claras e responsáveis no universo dos eSports, garantindo que as práticas adotadas respeitem a saúde mental dos jogadores e a integridade das apostas associadas.
Perfil dos participantes
A maioria dos respondentes estava na faixa etária de 25 a 29 anos (33,9%), seguida por pessoas acima de 40 anos (26,78%) e entre 35 e 39 anos (23,21%). Em termos educacionais, o público foi altamente qualificado, com 73,21% possuindo formação superior, incluindo pós-graduação, mestrado e doutorado.
Perspectivas e impactos
Para o secretário nacional de Apostas Esportivas e Desenvolvimento Econômico do Esporte, Giovanni Rocco Neto, a consulta pública representa um avanço importante para o fortalecimento do setor no Brasil. “Através da Consulta Pública conseguimos identificar quais as modalidades são mais populares e praticadas no Brasil, com o objetivo de fortalecer, fomentar e impulsionar os eSports, seja em âmbito nacional, internacional e como preparação para os Primeiros Jogos Olímpicos a serem realizados na Arábia Saudita, em 2027. Tudo isso com proteção da integridade no âmbito das apostas esportivas”, afirmou.
Como isso afeta você?
Se você é apostador, fã ou profissional do setor de eSports, a inclusão dessas modalidades nas apostas de quota fixa pode ampliar as opções de apostas legais e regulamentadas, além de fomentar o crescimento e a profissionalização do mercado brasileiro de esportes eletrônicos.